A sustentabilidade virou uma pauta importante em muitas áreas do cotidiano, incluindo alimentação, moda, transporte e estilo de vida em geral. A decoração, é claro, não ficou de lado nessa conversa. Afinal, cada escolha dentro de casa diz algo sobre o que valorizamos e sobre o tipo de impacto que queremos causar no mundo.
Quando se fala em decoração sustentável, muita gente pensa logo em móveis de madeira reciclada ou em encher a casa de plantas. É claro que isso pode fazer parte, mas esse tipo de proposta vai além de um estilo visual, tratando-se de uma forma de pensar o ambiente com mais intenção.
Ela parte da ideia de reduzir excessos, aproveitar o que já existe, fazer escolhas que respeitem os ciclos naturais e valorizar objetos que tenham significado. Nada disso precisa ser complicado. Inclusive, dá para começar lentamente, em um canto da casa.
A seguir, você confere sete inspirações para deixar seus ambientes mais conectados com esse jeito de viver!
1. Comece reaproveitando o que você já tem
Você não precisa comprar coisas novas para ter uma decoração mais consciente. Na verdade, o caminho pode ser justamente o contrário, exigindo apenas um olhar para o que já está em casa e pensar em novos usos, funções ou até em pequenas transformações.
Sabe aquela cômoda encostada no quarto de hóspedes? Talvez ela funcione muito bem como aparador na sala, com uma camada nova de tinta. E aquela pilha de revistas antigas? Pode virar uma base criativa para uma mesinha lateral.
Antes de descartar qualquer coisa, vale perguntar se isso não poderia ganhar uma segunda chance. Esse exercício, além de divertido, ajuda a criar um ambiente que conversa com a sua história, em vez de ser um catálogo de loja.
2. Dê espaço aos materiais que respiram natureza
A textura da madeira, o toque do linho e o acabamento rústico da cerâmica feita à mão trazem uma sensação de aconchego que é até difícil de explicar. Materiais naturais têm esse poder sutil de conectar o ambiente com algo mais orgânico, mais vivo.
Quando for repensar algum espaço, priorize matérias-primas menos processadas. Tecidos como algodão cru, fibras vegetais, móveis de bambu ou madeira com certificação ambiental são boas escolhas. Evite revestimentos sintéticos que imitam texturas naturais, pois eles agridem mais o meio ambiente e ainda marcam muito os espaços.
3. Transforme o verde em parte da decoração sustentável
Plantas têm um jeito único de mudar completamente o clima de um espaço. Sendo assim, mesmo em apartamentos pequenos, é possível criar cantinhos com vasos pendurados, mini-hortas na varanda ou suculentas espalhadas pela estante.
Mais do que estética, o contato com o verde faz bem, deixando o ar mais fresco, melhorando a qualidade do ambiente e ajudando a relaxar. Se você não tem muito tempo ou prática com jardinagem, comece com espécies resistentes, como jiboia, espada-de-são-jorge, clorofito e zamioculca, que são as campeãs nesse quesito.
Gradualmente, quem sabe você não descobre prazer em cultivar mais variedades? O jardim pode até virar um projeto pessoal, sem pressa, que cresce junto à casa.
4. Deixe o sol entrar e o ar circular
Luz natural é um recurso subapreciado e, muitas vezes, subestimado. Um espaço iluminado pelo sol ganha vida, parece mais amplo e ainda reduz a necessidade de luz artificial durante o dia. Dito isso, se suas janelas já recebem boa luminosidade, aproveite ao máximo essa vantagem.
Use cortinas leves, que deixem a luz passar sem ofuscar. Reorganizar os móveis também pode ajudar, pois, às vezes, um sofá posicionado de outra forma deixa a sala mais arejada e iluminada.
Por fim, em vez de depender sempre de ventilador ou ar-condicionado, vale pensar em como o ar pode circular melhor. Manter portas abertas, investir em venezianas ou até reposicionar alguns móveis pode fazer uma diferença real na temperatura e no conforto dos cômodos.
5. Consuma menos
A decoração sustentável convida a uma certa pausa. Dessa forma, em vez de sair comprando objetos para preencher prateleiras, vale a pena refletir se os itens fazem sentido onde estão, se vão durar e se eles têm a ver com seus gostos.
Afinal, não é raro encontrar pessoas com o hábito de acumular. Mas, quando as escolhas são criteriosas, fica mais fácil criar ambientes que realmente refletem a personalidade de quem mora ali. Basta ser sincero consigo mesmo sobre a real necessidade de cada objeto, e isso não significa, necessariamente, adotar o minimalismo.
Quando o ambiente respira, tudo o que é importante aparece com mais clareza. A casa deixa de ser um simples depósito de objetos e se transforma em um espaço com identidade, mais bonito e acolhedor, preparado para receber o que realmente importa: as pessoas.
6. Dê preferência ao que foi feito artesanalmente
Itens artesanais, além de carregarem originalidade, ajudam a fortalecer pequenas redes de produção. Comprar de quem produz localmente, por exemplo, movimenta economias próximas, valoriza o trabalho manual e reduz a pegada ambiental com transporte e embalagens.
Cerâmicas de artistas independentes, móveis de marceneiros do bairro e cestos de palha feitos por cooperativas, por exemplo, trazem para dentro de casa estética e história, e isso muda a relação que temos com as coisas ao nosso redor. Pequenos gestos assim tornam a decoração menos impessoal e mais ligada às escolhas conscientes do dia a dia.
7. Reinvente o uso dos objetos antes de substituí-los
Ainda que você saiba, é preciso reforçar aqui que criatividade e sustentabilidade andam juntas. Por isso, você deve sempre estar atento à possibilidade de ressignificar um objeto. Um escorredor antigo pode virar uma luminária pendente, uma escada de madeira encostada pode servir de apoio para toalhas no banheiro e um caixote pode virar um nicho, por exemplo.
Essas transformações tornam os ambientes mais singulares, diferentes de outros espaços que você vê por aí, até mesmo na internet. Além disso, reduzem o consumo e ajudam a frear aquele impulso de comprar algo novo sempre que surge uma “necessidade”.
Mesmo quando for o caso de adquirir alguma peça, que tal procurar antes em brechós, feiras ou lojas de usados? Muitas vezes, o que você procura já existe por aí e só está esperando uma nova casa.
Como você viu ao longo deste texto, não existe uma fórmula pronta. Mas vale a pena se perguntar: você sente prazer em reorganizar um espaço sem gastar nada? Gosta de dar novos usos a objetos? Aprecia ambientes mais leves, com menos tralha e mais significado? Se respondeu sim para algumas dessas perguntas, talvez a decoração sustentável já faça parte da sua rotina, mesmo que de forma intuitiva.
Por fim, saiba que você não precisa mudar tudo de uma vez. Pode começar por uma prateleira, uma escolha mais consciente, uma planta na janela. O importante é que cada passo faça sentido e reflita aquilo que você quer construir dentro e fora de casa.
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